Se for para generalizar, não há gosto melhor do que o de doce para mim, mas se for para especificar, terei que falar sobre o sorvete e o churros. Só que a atenção especial a eles não é apenas pelo gosto de ambos (ainda que sejam uma delícia), mas pelo valor sentimental de cada um.
Às vezes, quando estou na faculdade prestes a ir embora, eu e algumas amigas combinamos de comprar um sorvete e depois irmos para o ponto de ônibus (inclusive, é o que aconteceu hoje). "Você vai querer o quê?"; "Casquinha, né? É o mais barato. Esse dinheiro tem que durar até o fim do mês" e, então, rimos.
É nessa gargalhada espalhafatosa em meio à praça de alimentação que o sorvete deixa de ser apenas baunilha e uma massa. Ele fica mais doce, mais barato e, definitivamente, mais marcante. Ele é uma lembrança concreta de que os momentos simples são bons.
O mesmo acontece com o churros. Não quando o como, mas quando trago um - ainda que amassado e transbordando recheio de doce de leite para todos os lados - para a minha mãe. É nítida a felicidade no olhar dela, afinal, ela gosta do doce, mas eu tenho certeza que o açúcar com canela, que ela sente nos lábios, só são realmente mais doces por ela saber que eu lembrei dela em meio à correria do dia a dia.
Afinal, doce é algo relativo, não é?
Alice Arnoldi
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