A amiga, fazendo a ponte entre o casal, correu até o menino e disse para ele: "vai pedir desculpa para ela, Leonardo"; com um chacoalhar de ombros e um meio sorriso no rosto, ele disse que não iria até sua namorada e, então, a menina, insistente, tornou a dizer: "não é assim, Leonardo. Toda briga é sempre a mesma coisa".
Se eles soubessem quão frágil é o momento, os abraços, os beijos e o olhar sincero seriam os únicos motivos para alguém dizer: "sempre é a mesma coisa", sobre ele.
Se eles tivessem a dimensão de como um chacoalhar de ombros acompanhado de indiferença são capazes de transformar o coração adolescente inocente em uma ilha distante, eles gastariam extensos minutos pedindo desculpa um ao outro.
Se eles entendessem que doce igual o amor, nem sequer o melhor e mais caro chocolate será, eles sorririam juntos e não um em cada canto. Afinal, o melhor canto que ele poderia ocupar, era o de ser a fagulha de esperança, em meio à escuridão, para ela. O melhor para ela, por sua vez, seria o de ser o calor mais denso que ele já sentiu, capaz de aquecer suas mãos e talvez o coração. Bom, definitivamente o coração.
Alice Arnoldi
Nenhum comentário:
Postar um comentário